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Ary Barroso
Boletim Social da Sbacem n.° 962, pág. 1

Ary Barroso
Campomizzi Filho

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Ary Barroso
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  Ary Barroso
Boletim Social da Sbacem n.° 962, pág. 1 - 1957-00-00

Da atividade musical e artística do extraordinário compositor Ary Barroso, ressaltam os seguintes traços, em síntese:

Aprendeu a tocar piano com sua tia Ritinha e quando se desenvolveu no teclado, passou a pianista do "Cinema Ubaense", ganhando cinco mil réis por noite, mas durante o dia trabalhava como caixeiro de uma loja, para poder completar o curso do ginásio. Fol também sacristão da Igreja local. Veio para o Rio estudar Direito e, então, já como bacharel, foi nomeado Juiz de Direito de Nova Resende, onde pouco se demorou, voltando ao Rio. Aqui, depois de muita luta, foi contratado como compositor do Teatro Recreio. Aí começou a sua série de composições. Seu primeiro sucesso foi a marcha carnavalesca "Dá nela", premiada no concurso respectivo. Vieram depois: "Segura essa muiher", "Rancho fundo", "Maria", "Tabuleiro da baiana", "Os quindins de Iaiá", "A Baixa do Sapateiro", "Grau dez", "Upa, upa!", "Tu", "Foi ela", "Aquarela do Brasil", "Terra sêca", "Inquietação", "Camisa amarela", "Risque", "Boneca de piche", "Faceira", isto para falar nos seus sucessos, antigos que, aliás, na sua maior parte, são sucessos de todos os tempos.

Ary é o Presidente de Honra da SBACEM e já exerceu o cargo de presidente efetivo duas vezes, de 1947-49 e de 1956-58, a ele se devendo, em grande parte, o progresso atingido por esta sociedade, no domínio da proteção ao direito autoral.

Uma síntese biográfica: Seu nome par inteiro é Ary Evangelista de Resende Barroso; nasceu na cidade de Ubá, Minas Gerais, a 7 de novembro de 1903. Filho de João Evangelista Barroso, promotor e deputado estadual (irmão de Sabino Barroso, ministro da Fazenda do governo Venceslau Brás), e de D. Angelina Barroso, falecida muito jovem, isto é, com 21 anos de idade. Ary, aos 8 anos de idade, ficou órfão de pai e mãe, passando a ser criado por uma tia que se chamava "Ritinha" que o fez completar o curso ginasial e ingressar no curso de Direito. Paralelamente aos seus primeiros empregos, no cinema Ubaense e na loja em que servia como caixeiro, Ary era sacristão da matriz local. Embarcando para o Rio, matriculou-se na Faculdade de Direito, onde cursou três anos e teve que interromper, por falta de dinheiro. Passou então a tocar nas salas de espera dos cinemas e teatros, até que, com o auxílio de seu tio conseguiu completar o curso, em 1929, quando foi nomeado Juiz de Direito em Nova Resende. Lá, porém, pouco se demorou, voltando ao ambiente artístico do Rio de Janeiro. Daí para cá a sua vida passou a ser eminentemente artística. Surgiram o compositor, o teatrólogo, o músico, o radialista, o animador, humorista, e o homem de jornal. Em todas estas atividades Ary tem brilhado desmesuradamente. Mas é como compositor que o seu nome é cercado de maior esplendor. E o compositor brasileiro mais executado no mundo inteiro e, para prová-lo, basta o exemplo de "Aquarela do Brasil", gravada em disco nos Estados Unidos, México, Japão, Inglaterra, Cuba, Itália, Canadá, Ilhas Filipinas e Alemanha, sendo que, no Brasil, este número extraordinário de Ary Barroso já foi gravado 112 vezes, em discos de todas as marcas e por quase todos os artistas e conjuntos brasileiros.