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  Temperamento indócil
José de Rezende - 0000-00-00

Quando seus pais faleceram, coube a mim, seu tio pelo lado materno, o encargo de ser seu tutor.

Juntamente com minha mãe, D. Gabriella, teria de enfrentar a doce tarefa de encaminhar para o mundo o menino irrequieto que daria à nossa cidadezinha de Ubá a glória de ter sido o seu berço.

Temperamento indócil e ávido de liberdade, não se submetia a qualquer prisão ou coação, pois seu gênio era livre e dinâmico. A vida de Ary sempre foi cheia de contrastes e imprevistos, pelo fato de ser insubmisso e não gostar de disciplina.

Os colégios que freqüentou, não acolhiam o afoito estudante muito tempo, pois fugia, mal aplicavam-lhe alguma punição.

Certa vez, amarrando os lençóis uns aos outros, improvisou uma escada a fim de deixar a "prisão", conforme ele mesmo cognominava.

Foi com grande dificuldade e nímio esforço que minha irmã, Rita Margarida, conseguiu ensinar-lhe as primeiras notas ao piano.

Depois, veio para o Rio de Janeiro, tirando seu diploma de Bacharel em Direito, coroando sua vida estudantil. Mas, da profissão nenhuma vantagem auferiu, preferindo inclinar-se para a arte de Orfeu, cujo conhecimento conseguiu fazê-lo tornar-se no compositor que levou o nome do Brasil aos países mais civilizados e amantes da música, embalada pela poesia do povo.

Aureolado por justa fama, conseguiu troféus infindos e sua morte prematura deixou um vazio, não só em nosso coração, como também no mundo inteiro.

José de Rezende (tio "Juca")